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o que é:

uma obra de denúncia que visa transpor os muros da academia

Se entendermos a memória coletiva como um dos principais instrumentos formadores de nossa identidade individual e coletiva, podemos ver a importância dada à disputa pela memória do golpe de 1964. No Brasil, discursos de um golpe como um “movimento que perdeu os rumos” ainda perduram e buscam legitimar muitos atores que dele participaram, visando justificar suas ações não somente no passado, mas na condução atual e futura do país. Discursos como esses permitem que jornais como O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo ou O Globo possam buscar se retratar pelo apoio dado ao golpe, mas com restrições, como pedir ao leitor a compreensão de que eles visavam proteger a legalidade e a democracia, esquecendo-se, convenientemente, de como apoiaram medidas de exceções, como pediam por mais autoritarismo, encobriam casos de corrupção e mascaravam os efeitos maléficos de uma política econômica desigual. A análise destes jornais mostra que a argumentação de uma “revolução perdida”, visa  criar uma “Operação-salva-Castelo”, como se este tivesse sido um momento “responsável” e que buscava a democracia. Visam modificar o passado ao “justificar a atuação de civis e militares que apoiaram o golpe e os primeiros anos da ditadura, tornando-se, depois, opositores ou mesmo vítimas do regime”.

O intuito deste trabalho, baseado em meu Mestrado, é realizar a denúncia destes meios e desmistificar estes discursos “conciliadores” que em nada desejam a responsabilização dos envolvidos. Pretende-se, principalmente, mostrar como esta relativização permite que certas personalidades consigam ser eleitas para altos cargos públicos – entre eles o de Presidente - e que meios que apoiaram a ditadura ainda influenciam os rumos de uma jovem democracia, arvorando-se de democratas convictos - mesmo que seu discurso não tenha sido alterado.

A obra consiste, então, em denunciar estes discursos repetitivos que visam normalizar e suavizar algo que foi um dos piores momentos da história deste país ao selecionar 5 editoriais destes jornais e dois discursos com um som de fundo baseado no estilo popular Lo-Fi (low fidelity) – com músicas criadas e editadas por mim. Este estilo baseia-se no ritmo mais utilizado hoje em dia para estudos ou para relaxar. Sua característica reside num saudosismo em que a fidelidade baixa é sua marca, mas ao mesmo com batidas modernas de hip-hop, electric-jazz, etc., num ritmo repetitivo mas acalmante, em que quem escuta imerge no som sem a devida atenção.

Assim, o paralelo com o intuito destes discursos propagado pela mídia fica, então evidente: ao colocar esse estilo apontamos a pouca fidelidade destes discursos com a realidade; e de que seu efeito repetitivo, saudosista, mas ao mesmo tempo que se quer contemporâneo, visa a alienação histórica e política da sociedade atual. Trata-se de uma denúncia de um dos métodos da disputa pela memória atual. O perigo é termos como efeito mais “saudosistas da ditadura”; da política-econômica exclusiva e desigual; do fim dos direitos humanos e da democracia.

Cada Faixa possui a descrição e a correta contextualização de cada editorial e momento histórico.

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